Seis hormônios que podem atrapalhar seu emagrecimento
Mesmo com a dieta em dia e os exercícios físicos pesados,
algumas vezes, os níveis alterados dessas substâncias impedem que os quilos a
mais voem para o espaço.
São horas a fio na academia, em treinos intensos e suor
excessivo. No cardápio, só alimentos saudáveis e nas quantidades certas. Claro
que acontecem aquelas escapadas de vez em quando, principalmente aos finais de
semana, mas isso é normal. O que parece estar totalmente fora do comum é a
balança, que insiste em eliminar apenas algumas gramas depois de semanas nessa
maratona.
Sentir um desânimo é mais do que natural, mas não jogue a
toalha. O momento agora é de ir a fundo e verificar se o problema não está dentro
de você, mais especificamente com os seus hormônios. “Os hormônios funcionam
como mensageiros no nosso corpo, orientando a célula sobre o que fazer e o que
produzir. Eles atuam como chaves para ligar e desligar o processo metabólico.
Sem chaves não há a ligação, por outro lado, se tiver em excesso, o corpo pode
diminuir o número de fechaduras (receptores das células) para tentar manter a
harmonia metabólica. Logo, a falta e o excesso de hormônios são prejudiciais”,
explica Gilberto Kocerginsky, médico com prática ortomolecular, membro da
Academia Americana de Medicina Anti-idade e do Instituto de Medicina
Metabólica.
E nessa gangorra que existe dentro do nosso organismo, o
ideal é que os níveis de hormônios estejam em equilíbrio. Caso o contrário, emagrecer
pode se tornar uma batalha ainda mais árdua do que o normal. “Os hormônios
também são responsáveis pela velocidade do metabolismo, ou seja, pela
quantidade de calorias que gastamos durante o dia. Se estiverem desregulados,
não tem jeito, perder peso e até construir mais músculos ficará bem difícil”,
Para acabar com todas as dúvidas, listamos os seis
principais hormônios que podem brecar o processo de emagrecimento. Também
contamos, claro, as maneiras para regular os seus níveis.
Testosterona
O que é?
O principal hormônio sexual masculino. “É responsável pelo
desenvolvimento dos caráteres dos homens, como voz grossa, pelos, formação de espermatozoides
e também desenvolvimento da massa muscular, a famosa massa magra”, aponta
Carolina Ferraz, endocrinologista do Hospital Samaritano, em São Paulo.
Atrapalha se estiver
baixo ou alto?
Níveis baixos de testosterona podem levar ao ganho de peso.
Além disso, a falta do hormônio também leva a diminuição da libido, alteração
de voz e perda de pelos no corpo.
Para equilibrar
Segundo os profissionais, é preciso analisar cada caso. No
entanto, geralmente o cardápio pode ser um ótimo aliado. Basta seguir com a
alimentação pobre em gorduras trans., rica em zinco (ostras, frutos do mar),
azeite de oliva extra virgem (acidez menor que 0,3%) e dietas com baixa carga
glicêmica. “Atividades físicas resistidas, como musculação (visando ganho de
força e hipertrofia) ajudam na liberação de testosterona e controlam a sua
utilização. Nos exercícios cardiovasculares, o ideal é o HIIT, ou treinamento
intervalado de alta intensidade, nas suas variantes, que também estimulam o
corpo a manter níveis adequados de testosterona”, ensina o médico Gilberto
Kocerginsky. Agora, caso haja deficiência a níveis exacerbados, a reposição por
meio de medicamentos deve ser analisada por um profissional.
Estrógeno
O que é?
É o principal hormônio sexual feminino, porém também está presente
em níveis baixos nos homens. Ele surge após a ação das chamadas
"aromatases", que são enzimas presentes no corpo que convertem a
testosterona em estrógeno, que em valores adequados, é importante para o homem
na manutenção da libido e da composição corporal.
Atrapalha se estiver baixo ou alto?
Níveis altos de estrógeno levam a diminuição de massa
muscular e ganho de massa gordurosa. “Quanto mais gordura no corpo, maior será
a produção e ação das aromatases e, consequentemente, mais estrógeno será formado
no organismo”, afirma a endocrinologista Carolina.
Para
equilibrar
Manter atividades físicas regulares é o primeiro passo. Já
no cardápio, o ideal é rechear o prato com alimentos orgânicos, fibras (grãos,
verduras e frutas), que eliminam o estrógeno encontrado na bile, cogumelos,
chá-verde, romã, vegetais como brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas e
outros. E evite o consumo de alimentos de soja não fermentados, como tofu e
leite. Isso porque esses alimentos contém alguns compostos chamados
isoflavonas, que apresentam o mesmo efeito do estrógeno no corpo humano.
Leptina
O que é?
É um hormônio que age no Sistema Nervoso Central,
controlando o apetite e saciedade, ou seja, indica se você está satisfeito ou
não. Ele desempenha um papel-chave na regulação, ingestão e no gasto
energético.
Atrapalha
se estiver baixo ou alto?
“Aqui, tanto os níveis exagerados, quanto os reduzidos podem
dificultar o emagrecimento, a partir do momento em que o organismo tenha uma
resistência a atuação da leptina”, indica Guilherme Corradi.
Para
equilibrar
Uma boa noite de sono ajuda a aumentar os níveis de leptina,
assim como evitar o consumo de alimentos processados (biscoitos, refrigerantes
etc), carboidratos simples (açúcar, batata e farinha branca). Na contramão,
pode comer sem culpa alimentos recheados de proteínas, como carnes e ovos, por
exemplo, investir em peixes, que são ricos em ômega-3, ácidos graxos que
aumentam o nível de leptina e também vegetais folhosos, frutas e outras
verduras.
Tireoide
O que é?
Uma glândula que produz dois hormônios, o T3 e o T4,
responsáveis pelo metabolismo do organismo humano. Agem na regulação da
temperatura corporal, frequência cardíaca, metabolismo do colesterol e da
glicose e também no desenvolvimento intelectual.
Atrapalha
se estiver baixo ou alto?
Para quem quer emagrecer, o problema está nos níveis baixos
de hormônios tireoidianos, chamado de hipotireoidismo, que levam a um
metabolismo lento, resultando em inchaço, dificuldade de perder peso,
sonolência excessiva, queda de cabelo, unhas fracas e déficit de memória.
Para
equilibrar
Para começar, invista na dieta com boas quantidade de iodo
(frutos do mar, vegetais mais escuros), em selênio (castanha-do-pará, frango,
ovo, carne vermelha magra etc). “Algumas alergias alimentares e a intolerância
ao glúten tem sido relacionado a uma inflamação da glândula conhecida como
Tireoidite de Hashimoto. A doença de Hashimoto se apresenta em um primeiro
momento com o excesso de hormônio tireoidiano, depois evolui com a falta”,
alerta Kocerginsky. Na maioria dos casos, é indicada a reposição hormonal.
GH
O que é?
O hormônio do crescimento. “Como o próprio nome diz, ele é o
responsável pelo estirão de crescimento da adolescência. Mas, também, tem
funções nobres na vida adulta: é importantíssimo para a manutenção da massa
magra e para a queima de gordura”, explica Corradi.
Atrapalha
se estiver baixo ou alto?
A partir dos 30 anos, a quantidade de GH produzida pelo
organismo começa a reduzir em uma proporção de 10% a 14% a cada dez anos. Maus
hábitos podem acelerar esse processo. Uma dieta inadequada, tabagismo,
sedentarismo e sono de má qualidade também fazem que os níveis do hormônio do
crescimento caiam.
Para
equilibrar
A dica é realizar refeições no período da noite de baixo
índice glicêmico e rico em proteínas e vitamina B3 (frango, atum, cogumelos,
brócolis, aspargos, amendoim, etc). Além disso, realizar atividades físicas
intensas, como musculação e aeróbicos. “Como o GH é produzido no período
noturno, uma boa noite de sono também garante produção adequada desse hormônio.
Mas caso seja comprovada a sua deficiência, a reposição desse hormônio poderá
ser feita. Lembrando que o uso abusivo do GH pode levar a um quadro de crescimento
de mãos, pés, órgãos internos e até ao câncer de intestino e tireoide”, alerta
Carolina Ferraz.
Cortisol
O que é?
Serve para ajudar o organismo a controlar o estresse,
reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter
os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial.
Atrapalha
se estiver baixo ou alto?
Níveis altos de cortisol levam a um aumento da formação de
gordura abdominal e diminuição da massa muscular, resultando no aumento de quilos
na balança.
Para
equilibrar
Em primeiro lugar, diminuir tudo o que possa estar causando
estresse. Depois, olhar mais profundamente para a sua dieta, apostando em
alimentos, como frango, ovos, arroz integral, brócolis, oleaginosas, damasco,
leite, gérmen de trigo, etc, que são capazes de reduzir os valores exacerbados
de cortisol.
fonte . https://gq.globo.com/Corpo/Saude/noticia/2015/12/seis-hormonios-que-podem-atrapalhar-seu-emagrecimento.html
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