Gordura
Visceral – Você Sabe O Que É?
Entenda quais são as consequências da gordura visceral e por
que ela é a gordura mais perigosa para nossa saúde. É fato, a maior parte das mortes
no mundo são causadas por doenças cardiovasculares (AVC, infarto, hipertensão
arterial sistêmica e suas complicações), endócrino-metabólicas (diabetes e suas
complicações) e câncer. Não por acaso, estas doenças parecem estar relacionadas
a nossa alimentação atual, repleta de alimentos embutidos e açúcares. E tudo
isto está ligado ao acúmulo de gordura visceral!
É preciso entender que existem muitas pessoas com excesso de
peso e saudáveis. Por outro lado, muitas pessoas dentro do peso têm problemas metabólicos
associados com a obesidade. Mas por que isso acontece? Porque a gordura sob a
pele não é realmente um problema tão grande à saúde. É a gordura na cavidade
abdominal, a gordura da barriga, que apresenta as maiores complicações.
Chamamos de gordura visceral a gordura que se acumula nas
camadas profundas do abdómen, envolvendo os órgãos internos como é o caso do
coração, fígado, estômago, rins, intestinos e pâncreas. A função da gordura
visceral é proteger os órgãos do aparelho digestivo, mas o problema é quando o
nível de depósito dessa gordura ultrapassa os limites.
O perigo da obesidade visceral está na sua associação direta
com outros fatores de risco cardiovasculares, entre eles a hipertensão, o
diabetes e a dislipidemia. O acúmulo dessa gordura provoca desarranjos
metabólicos, hormonais, inflamatórios e hemodinâmicos. Por isso, além da
associação clássica com a doença coronariana, têm-se verificado uma associação
maior da obesidade visceral com a hipertrofia ventricular esquerda e a
microalbuminúria, ambos fatores de risco cardiovascular e nefrológico.
A distribuição da gordura corporal é realmente relevante, e
especificamente a gordura visceral parece ser o elo entre o tecido adiposo e a
resistência à insulina. Atualmente, sabe-se que existe uma predisposição
genética paralela à resistência insulínica e à hipertensão, já presente em
indivíduos pré-hipertensos e hipertensos não-obesos (4). Por outro lado, também
se demonstra uma determinação genética no padrão de deposição de gordura
visceral (5). Ainda, têm-se proposto que distúrbios neuroendócrinos possam
condicionar à deposição de gordura visceral (5).
Através das influências ambientais, endócrinas e idade,
indivíduos geneticamente predispostos irão apresentar a síndrome metabólica
mais intensamente, manifestando aí o impacto do peso, especialmente da gordura
visceral, sobre as demais doenças.
Neste sentido, o acúmulo de gordura visceral, com as suas
células adiposas maiores, mais responsivas às enzimas lipolíticas e em parte
resistentes à insulina, aumenta a produção de ácidos graxos livres que
causarão:
Piora na sensibilidade à insulina na célula muscular;
Diminuição na extração hepática de glicose e insulina;
Aumento da gliconeogênese e da produção de lípides a nível
hepático (VLDL-triglicérides);
Prejuízo na secreção pancreática de insulina. Além disso,
haverá aumento da fração de LDL pequenas, potencialmente mais aterogênicas (5).
Contribuirá, também para piora na sensibilidade à insulina,
a diminuição do fluxo na musculatura esquelética causadas, por sua vez, por
alterações estruturais e funcionais ligadas ao:
Tipo de musculatura, que se mostra menos vascularizada em
obesos viscerais;
Ao aumento da reatividade vascular, por sua vez vinculada a
alterações tróficas, disfunção endotelial, alterações iônicas e ativação do
sistema nervoso simpático na musculatura esquelética, todos vinculados à
obesidade (6).
Visceral-gordura
Em resumo, o acúmulo de gordura visceral, está associado com
hiperglicemia, hiperinsulinêmica, hipertrigliceridemia e intolerância à
glicose. Estes são alguns dos motivos que fazem da gordura visceral, a gordura
mais perigosa, e porque você deve estar atento à ela.
Lembrando que a Gordura Visceral foi tema da palestra online
e gratuita: “Gordura Visceral – A Gordura que Mata”.

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