O triste elo entre obesidade e bullying
Novo estudo aponta o excesso de peso como o principal motivo por trás do bullying na escola. A boa notícia é que a prática de exercícios pode ajudar a amenizar a tristeza
Por Regina Célia Pereira/Text4you, para Nutrociência
Gordo, balofo, rolha de poço, Free Willy, bolota, baleia... Não raro o moleque que está acima do peso é batizado com esses apelidos. A obesidade desponta, em um estudo, como o principal gatilho para o bullying entre a criançada. Para chegar a tal conclusão um grupo de pesquisadores entrevistou 2 866 voluntários nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Islândia. O trabalho, recém-publicado no periódico científico Pediatric Obesity, reforça a necessidade urgente de criar políticas para combater o problema e conscientizar as pessoas sobre o enorme prejuízo emocional relacionado a esse tipo de assédio moral na infância e adolescência.
O assunto também veio à tona durante o 13º Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), que acontece em São Paulo nos dias 25, 26 e 27 de setembro. Os professores Mauro Fisberg e Glória Veiga conversaram com uma plateia repleta de estudiosos sobre obesidade entre adolescentes e, entre vários aspectos, mencionaram as questões emocionais. “Esses conflitos e as pressões sofridas pelo excesso de peso podem desencadear transtornos alimentares que vão da compulsão à anorexia”, comentou Glória, que é professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Diversos trabalhos também apontam problemas de autoestima, depressão e ansiedade entre os jovens obesos.
Atividade física como aliada
Infelizmente a tendência é de que essa turma se isole e fuja de aulas como a de educação física para evitar a exposição. Entretanto, sempre vale a pena incentivar a prática de exercícios fora da escola. Um trabalho da Universidade de Vermont, em Burlington, nos Estados Unidos, mostra que atividades físicas ajudariam a combater a tristeza e as tendências suicidas entre as vítimas de bullying. Os cientistas coletaram dados de 13 583 estudantes e o estudo foi publicado no periódico The Journal of The American Academy of Child and Adolescent Psychiatry.
Tanto a família quanto os professores e profissionais de saúde devem ter em mente o estímulo à prática de exercícios. É fundamental, todavia, que a molecada escolha aquilo que mais agrada, sem imposições rígidas. A diversão deve ser o foco.
Postado em Saúde e Nutrição por Aby Tosatti | Tags: saúde e nutrição
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